30 de nov. de 2009

ANTROPOMETRIA




Antropometria é o ramo das ciências biológicas que tem por finalidade o estudo dos caracteres mensuráveis da morfologia humana. O método antropométrico baseia-se na mensuração sistemática e na análise quantitativa das variações dimensionais do corpo humano.


Constituem divisões da antropometria:

 Somatometria – consiste na avaliação das dimensões corporais;
 Cefalometria – estudo das medidas da cabeça do indivíduo;
 Osteometria – estudo dos ossos cranianos;
 Pelvimetria – ocupa-se das medidas pélvicas;
 Odontometria – estudo das dimensões dos dentes e áreas dentárias.



Referências: MARTA LUÍS. Módulo de Antropometria. Disponível em: www.forma-te.com/mediateca/download.../3432-antropometria.html.

DEFINIÇÕES

Alguns conceitos que envolvem o tema:

Antropometria Estática/ Estrutural: Estudam-se as dimensões lineares (alturas, comprimentos, perímetros e diâmetros) e o peso do corpo, que vão permitir melhorar a zona de trabalho do operador, fazendo com que ele não sinta qualquer constrangimento no exercício das suas funções. Ou seja, comporta um conjunto de medidas bidimensionais ou tridimensionais, que definem com a melhor precisão possível os tamanhos e formas humanas.
Somatótipo: entendido como a quantificação dos três componentes derivados dos três folhetos embrionários que determinam a estrutura morfológica do indivíduo, e designam-se de: Endomorfismo (folheto endodérmico), exprime o grau de desenvolvimento em adiposidade (711 endomorfo puro); Mesomorfismo (folheto mesodérmico), traduz o desenvolvimento músculo-esquelético relativo, em relação à altura (171 mesomorfo puro) e Ectomorfismo (folheto ectodérmico), traduz a linearidade ou o grau de desenvolvimento em comprimento (117 ectomorfo puro).



Composição Corporal: é o estudo dos diferentes componentes químicos do corpo humano, a sua análise permite a quantificação de grande variedade de componentes corporais, tais como água, proteínas, gordura, hidratos de carbono, minerais, etc., variando as suas quantidades de indivíduo para indivíduo.
Medidas Antropométricas: As medidas convencionais em Antropometria incluem distâncias entre pontos ou linhas (alturas, comprimentos e diâmetros), perímetros, superfícies, volumes e medidas de massa e de gordura subcutânea.



Altura: distância de qualquer ponto a um plano, tirada no plano sagital em linha recta. Altura Total (distância do vértex ao solo); Altura Ílio-espinal; Altura Tibial; Altura Sentado (distância vértico-esquiática).
Comprimento: distância entre 2 pontos de referência, ou entre 1 ponto de referência e 1 linha, tirado num plano paralelo ao eixo longitudinal do segmento.
Diâmetro: distância entre 2 pontos antropométricos que passa pelo centro da secção transversal do segmento a medir, tirado em linha recta, perpendicularmente ao eixo longitudinal do segmento.
Perímetros (circunferências): medidas circulares tiradas no plano horizontal, perpendicularmente ao eixo longitudinal do segmento que queremos medir. São medidas da totalidade do segmento, isto é, do osso, músculo, tecido adiposo e pele. Perímetro da Cabeça; Perímetro do Pescoço.
Superfícies: obtidas por meio de fórmulas a partir de medidas simples. Podemos, por exemplo, calcular a superfície total do nosso corpo com base nas medidas do peso e altura total.
Pregas Adiposas: medidas locais de espessura de uma camada dupla de pele e gordura subcutânea.
Massa Corporal ou Peso: medida da massa corporal total obtida com uma balança.
Plano de Frankfurt: linha imaginária que passa pelo ponto mais baixo do bordo inferior da órbita direita (orbitale) e pelo ponto mais alto do bordo superior do meato auditivo externo direito (trago). Esta linha deverá estar na horizontal ao serem tomadas as medidas com o testado em pé ou sentado, na vertical, caso as medidas sejam tomadas com o testado deitado.



Pontos Antropométricos: utilizados para a realização das medidas antropométricas no campo da Educação física. Os pontos principais são: Mesoesternale (ponto localizado no corpo do esterno na interseção do plano medial com o plano horizontal que passa ao nível da 4ª articulação condro-esternal); Acromiale (ponto mais lateral a nível do bordo mais lateral acromial direito e esquerdo); Trochanterion (ponto mais superior do grande trocanter do fêmur direito e esquerdo); Tibiale Mediale (ponto no bordo superior da tuberosidade medial da tíbia direito e equerdo); Ileocristale (ponto mais lateral da crista ilíaca direito e esquerdo); Sphrion Tibiale (ponto localizado na extremidade mais distal do maléolo tibial direito e esquerdo) e Thelion (correspondente aos mamilos direito e esquerdo).


Referências:
ROCHA, Paulo Eduardo Carnaval Pereira. Avaliação Antropométrica: Pontos Antropométricos. In: ROCHA, Paulo Eduardo Carnaval Pereira. Medidas e Avaliação em Ciências do esporte. 6ª edição. Rio de Janeiro: Sprint, 2004. P. 18-19.
MARTA LUÍS. Módulo de Antropometria. Disponível em: www.forma-te.com/mediateca/download.../3432-antropometria.html.

FORMAS DE AVALIAÇÃO

FORMAS DE AVALIAÇÃO

Na realização da Avaliação Antropométrica, são tomadas as medidas antropométricas, onde deve-se levar em conta o plano de Frankfurt e pontos antropométricos, que também devem ser previamente marcados, usando lápis dermográfico.
As medidas podem ser classificadas em: Lineares (Longitudinais e Transversais), Circunferenciais e de Massa.
A avaliação é iniciada tomando-se as medidas lineares longitudinais, que ao serem efetuadas, determinados cuidados devem ser levados em consideração, para diminuir a margem de erros. Os principais cuidados são:
a) o testado deve estar descalço;
b) o testado deve manter-se em pé, com os pés juntos e voltados para frente, ombros relaxados e braços ao longo do corpo, estando o plano de Frankfurt rigorosamente posicionado;
c) o testado deve fazer uma inspiração, procurando compensar o achatamento dos discos intervertebrais, ocorrido durante o dia.
As medidas

Estatura

- Definição: A altura ou estatura é a medida da distância em linha reta entre dois
planos, um tangente à planta dos pés e outro tangente ao ponto mais alto da
cabeça (ponto vértex), estando o indivíduo em pé, na posição fundamental, com o
corpo o mais alongado possível e a cabeça posicionada com o plano de
FRANKFURT.

- Material: O instrumento que se utiliza para medir a altura é o estadiômetro.
- Protocolo: O avaliado deve estar na posição ortostática (em pé), pés unidos,
procurando pôr em contato com o instrumento de medida as superfícies
posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A
medida é feita com o indivíduo em apnéia inspiratória, de modo a minimizar
possíveis variações sobre esta variável antropométrica.


Envergadura

- Definição: É a distancia entre o dactylion (dedo médio) direito e o esquerdo.
- Material: Fita métrica graduada em centímetros, fixada em uma parede lisa.




- Protocolo: Medir a distancia do dactylion direito ao esquerdo, com o avaliado em
pé e os braços em abdução de 90° com o tronco; os cotovelos devem estar
estendidos e os antebraços supinados. Deverão ser feitas três medidas,
considerando-se a média das mesmas.





Depois, é a vez das medidas transversais, também conhecidas como diâmetros, que são medidas de largura ou profundidade entre dois pontos, usadas para mensurar o crescimento e o desenvolvimento ósseo, transversalmente e ântero-posteriormente. São realizadas por meio de um antropômetro ou paquímetro.

As principais medidas transversais usadas em Educação Física são:
- Biocromial: Com o testado em pé, corpo relaxado, braços ao longo do corpo, de costas para o avaliador, medir a distância entre os pontos acromial direito e esquerdo.




- Toráxico Transverso: É a distância entre dois pontos resultantes da intersecção do plano horizontal, a nível do ponto meso-esternale, e as linhas médias axilares. O testado deverá estar em pé e a medida será feita ao fim de uma expiração normal.




Toráxico Ântero-Posterior ou de profundidade
: Utilizando-se um antropômetro de braço curvo, mede-se a distância entre os pontos mesoesternale e o ponto no processo espinhoso vertebral correspondente ao ponto meso-esternale, no plano horizontal que passa por ele. O avaliado deverá estar em posição ortostática, de lado para o avaliador.




- Bi-iliocristal: Distância entre os pontos ilicristale direito e esquerdo com o avaliado em posição ortostática, de frente para o avaliador.



Bi-trocantérico: Distância entre os pontos trocantéricos direito e esquerdo com o avaliado em posição ortostática, de frente para o avaliador.



Bi-epicôndilo umeral: A medida é realizada com o avaliado em pé ou sentado, com as articulações do ombro e cotovelo em flexão de 90 graus, no plano sagital. As hastes do paquímetro devem ser introduzidas obliquamente, num ângulo de 45 graus em relação à articulação do cotovelo, tocando as bordas externas dos epicôndilos medial e lateral do úmero direito.



Bi-estilóide: Com o avaliado em pé, a articulação do cotovelo a 90 graus e a mão relaxada, o paquímetro é introduzido no plano horizontal, tocando os pontos de maior distância entre as apófises estilóides do rádio e da ulna direitos.



Bi-côndilo femural: A medida é realizada com o avaliado sentado, com a articulação do joelho flexionado a 90 graus e os pés sem tocar o solo. As hastes do paquímetro sevem ser introduzidas a 45 graus em relação à articulação do joelho, tocando as bordas externas dos côndilos medial e lateral do fêmur direito.



Bi-maleolar: O avaliado deve estar em pé em uma superfície elevada, para facilitar a realização da medida, com afastamento lateral dos pés e o peso do corpo igualmente distribuído sobre eles. A medida é realizada com as hastes do paquímetro tocando os pontos que compreendem a maior distância entre o maléolo medial e o maléolo lateral da tíbia direita, em um plano horizontal.



Determinados cuidados devem ser observados na tomada das medidas dos diâmetros:
a) o antropômetro não deve ficar frouxo, nem fazer pressão excessiva;
b) salvo quando houver especificação, o antropômetro deve ser colocado perpendicular ao diâmetro medido.
A partir desse momento, toma-se as medidas circunferenciais, que correspondem aos chamados perímetros que podem ser definidos como perímetro máximo de um segmento corporal quando medido em ângulo reto em relação ao seu maior eixo. Para medir circunferências, usa-se uma fita métrica antropométrica, que deve ser feita de um material flexível (de preferência metálica), que não se estique com o uso com precisão de 0,1 cm.

Os perímetros mais usados no campo da Educação Física são:

- Pescoço: A medida é realizada com o avaliado sentado ou em pé, desde que esteja com a coluna ereta e a cabeça no plano horizontal de FRANKFURT. A trena deve ser aplicada na menor circunferência do pescoço logo acima da proeminência laríngea (pomo de Adão).

- Torácico: O perímetro torácico pode ser medido em dois pontos de referência:
* a nível do ponto meso-esternale: medido em um plano horizontal. Estando o testado em pé, de frente para o avaliador.



• a nível do ponto xifoidal: medido em um plano horizontal, estando o testado em pé, de frente para o avaliador.

O primeiro pode ser usado somente em pessoas do sexo masculino, o segundo, em pessoas de ambos os sexos.
Nos dois pontos de referência, mede-se os seguintes perímetros:
• Normal: ao fim de uma expiração normal.
• Máximo ou Inspiratório: ao fim de uma inspiração máxima.
• Mínimo ou Expiratório: ao fim de uma expiração máxima.

- Abdominal: A medida é realizada no plano horizontal na protuberância anterior máxima do abdome, usualmente no nível da cicatriz umbilical, com avaliado em pé em posição ortostática.



- Quadril: Extensão posterior máxima dos glúteos. Tomada ao nível dos pontos trocantéricos direito e esquerdo. Deve ser realizada paralelamente ao solo, estando o avaliado com os pés unidos.



Braço
: Pode ser medido de duas formas:
* relaxado- Também poderá ser medido de duas formas, na primeira o avaliado fica com o braço relaxado e ao longo do corpo e a medida é realizada no ponto de maior perímetro aparente e na segunda, o avaliado deve ficar com a articulação do cotovelo a 90 graus, no plano sagital, e com o braço
relaxado.

Contraído: Medida tomada na área de maior circunferência com o braço posicionado no plano horizontal e antebraço fletido em supino num ângulo de 90°. Neste caso podemos utilizar o braço oposto para trazer oposições à contração.

Antebraço: Tomada no plano perpendicular ao eixo longo do antebraço, ponto de maior circunferência, devendo o cotovelo estar em extensão.


Punho: O testado deverá estar em posição anatômica, de frente para o avaliador. Circundar a fita a nível dos processos estilóides do rádio e da ulna.


Coxa
: Diversos pontos de referência têm sido usados par a tomada dessa medida. Descreve-se dois:
* referência superior: circundar a fita no plano paralelo ao solo, 1cm abaixo da linha glútea.


• Referência média: circundar a fita no plano paralelo ao solo, a nível do ponto médio-femural.

Em todos os pontos de referência, o avaliado deverá estar em pé, de lado para o avaliador, com os pés um pouco afastados, distribuindo o peso do corpo igualmente sobre as duas pernas.


- Perna: Com o avaliado em pé, com as pernas levemente afastadas e mantendo o peso do corpo igualmente distribuído nos dois pés, posiciona-se a trena transversalmente no ponto de maior circunferência da perna.



Tornozelo: O avaliado deverá estar em pé, de frente para o avaliador, com os pés ligeiramente afastados, distribuindo o peso do corpo em ambas as pernas. Circundar a fita no plano paralelo ao solo ao nível dos pontos sphyrions tibiale e fibulare.



Alguns cuidados devem ser levados em consideração ao se realizar as medidas de perímetro:
a) Marcar corretamente o ponto de medida, usando lápis dermográfico;
b) Medir sempre sobre a pele nua;
c) Nunca usar fita elástica ou de pouca flexibilidade;
d) não deixar o dedo entre a fita e a pele;
e) Não dar pressão excessiva, nem deixar a fita frouxa
f) Não medir após atividade física.
Agora, é a hora de tomar as medidas de massa, iniciando do peso. Este é medido pelo instrumento chamado balança, que deverá fornecer oscilações em torno de 100 gramas.
Após o peso, parte-se para a medição das dobras cutâneas, com a utilização de aparelhos denominados espessímetros ou plicômetros.

As dobras cutâneas mais utilizadas são:

Peitoral: Com o avaliado em pé, de frente para o avaliador, fazer a medida no ponto médio da distância entre a linha axilar anterior e o ponto, nos homens; e a um terço da distância da linha axilar anterior ao thelion, nas mulheres. A dobra cutânea deve ser tomada na diagonal.

Axila: É localizada no ponto de intersecção entre a linha axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do apêndice xifóide do esterno. A medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, com o braço do avaliado deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida. O avaliado deve ficar em pé, de lado para o avaliador.

Tríceps: O avaliado fica em pé, de costas para o avaliador, onde é medida na face posterior do braço, paralelamente ao eixo longitudinal, no ponto que compreende a metade da distância entre a borda súpero-lateral do acrômio e o olécrano.

Bíceps: É medida no sentido do eixo longitudinal do braço, na sua face anterior, no ponto de maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps. O avaliado se manterá em pé, de frente para o avaliador.

Supescapular: Com o avaliado em pé, de costas para o avaliador, a medida é executada obliquamente em relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizada a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula.

Supra-ilíaca (Faulkner): Estando o avaliado em pé, de lado para o avaliador, é obtida a prega obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar medial. É necessário que o avaliado afaste o braço para trás para permitir a execução da medida.

Abdômen: É medida aproximadamente a dois centímetros à direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal. O avaliado estará em pé, de frente para o avaliador.

Coxa: O avaliado deve estar em pé, de frente para o avaliador, com o pé direito apoiado em um suporte de 10cm de altura. A dobra é medida paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o músculo reto femural a um terço da distância do ligamento inguinal e a borda superior da patela, segundo Costa (2001 apud GUEDES 1985) e na metade desta distância segundo novamente Costa (2001 apud POLLOCK & WILMORE 1993). Para facilitar o pinçamento desta dobra o avaliado deverá deslocar o membro inferior direito à frente, com uma semi-flexão do joelho, e manter o peso do corpo no membro inferior esquerdo.

Perna: Para a execução desta medida, o avaliado deve estar sentado, com a articulação do joelho em flexão de 90 graus, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio. A dobra é pinçada no ponto de maior perímetro da perna, com o polegar da mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia.

Para a validade das medidas de dobra cutânea, é necessário ter determinados cuidados:
• Não realizar medida logo após uma atividade física.
• Tomar todas as medidas no lado direito do corpo.
• Tomar a dobra cutânea com os dedos polegar e indicador.
• Colocar o espessímetro perpendicularmente ao eixo da dobra.
• Deve-se ter o cuidado de não incluir tecido muscular. Se houver dúvida, pedir ao avaliado que realize uma contração muscular antes de efetuar a medida.
• Os ramos do espessímetro devem estar a um máximo de 1cm dos dedos.
• Após o pinçamento da dobra, espera-se um tempo de aproximadamente 2 segundos para realizar a leitura.
• Realiza-se uma série de 3 medidas num mesmo ponto de referência, buscando uma boa correlação entre elas (máximo de 5%). Se ocorrer uma variação maior que 5%, toma-se nova série de medidas.
• Não soltar a dobra enquanto não fizer a leitura.
Referências:
ROCHA, Paulo Eduardo Carnaval Pereira. Avaliação Antropométrica: Pontos Antropométricos. In: ROCHA, Paulo Eduardo Carnaval Pereira. Medidas e Avaliação em Ciências do esporte. 6ª edição. Rio de Janeiro: Sprint, 2004. P. 20-47.
MARTA LUÍS. Módulo de Antropometria. Disponível em: www.forma-te.com/mediateca/download.../3432-antropometria.html.
COSTA, Roberto Fernandes. Dobras cutâneas – fotos. Disponível em: http://www.sanny.com.br/si/site/030201.

29 de nov. de 2009

VALORES NORMATIVOS E PROTOCOLOS

VALORES NORMATIVOS E PROTOCOLOS

- Os índices mais utilizados em que se usa as medidas transversais são:
• Diâmetro biacromial em % de Estatura
• Diâmetro bi-ilíaco em % de Estatura
• Diâmetro bi-ilíaco em % de Diâmetro biacromial
- Um dos principais índices de perímetro é a relação abdômen/glúteo, que indica o risco do indivíduo desenvolver doença coronariana e avalia a gordura central:
I= Perímetro de Abdômen (cm)
Perímetro Glúteo (cm)
Para homens esse índice se distribui:
< 0,87 – baixo
0,88 – 0,95 - moderado
0,96 – 1,00 - alto
> 1,00 - muito alto
Para mulheres:
< 0,72 - baixo
0,73 – 0,79 - moderado
0,80 – 0,87 - alto
> 0,87 - muito alto
PROTOCOLOS PARA TESTES DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
Percentual de Gordura através de Medidas de Dobras Cutâneas
- Os valores de pregas cutâneas em combinação com equações matemáticas são destinadas a predizer a densidade corporal ou o percentual de gordura . As equações são específicas para determinada população e predizem a adiposidade com bastante exatidão em amostras de indivíduos semelhantes àquelas das quais se derivam as equações.
Existem várias equações que podem ser utilizadas. Para obtermos valores mais precisos podemos utilizar tantas quantas forem possíveis e em seguida obtemos a média para um valor único :
Densidade Corporal, Mcardle, 1992
o valor encontrado de Densidade Corporal (DC) deve ser substituído nesta equação:
{%G = [(4.95/DENSIDADE C.) - 4.50] X 100 (Fórmula de Siri)
HOMENS
(18 -34 anos ) DC = 1,1610 - 0,0632 log (BI+ TR+ SB +SI)
(18 -27 anos ) DC = 1,0913 - 0,00116 ( TR+ SB )
MULHERES
(18 -48 anos ) DC = 1,06234 - 0,00068 (SB) - 0,00039 (TR) - 0,00025 (CX)
CRIANÇAS (FEMININO)
(9-12 ANOS ) DC = 1,088-0,014 (log 10 TR) - 0,036 ( log10 SB)
(13-16 anos ) DC = 1,114 - 0,031 (log10 TR) - 0,041 ( log10 SB )
CRIANÇAS (MASCULINO)
(9-12 ANOS ) DC = 1,108-0,027 (log10 TR) - 0,038 (log10 SB)
(13-16 anos) DC = 1,130 - 0,055 (log10 TR) - 0,026 (log10 SB)
Protocolo de Guedes, 1994 - (3 dobras - características brasileiras)
Homens : Tríceps, supra-ilíaca e abdome
Mulheres: Subescapular, supra-ilíaca e coxa
Cálculo de Densidade Corporal:
HOMENS: Densidade = 1,17136 - 0,06706 log (TR + SI+AB )
MULHERES: Densidade = 1,16650- 0,07063 log (CX + SI+ SB)

(OBS: TR = Dobra cutânea do tríceps, SI = D.C. supra-ilíaca , AB=D.C. abdominal, CX=D.C. da Coxa, SB=D.C. subescapular

Para chegar ao percentual de gordura através da Densidade Corporal utilizar:
G%=[(4.95/DENSIDADE C.) - 4.50] X 100 (fórmula de Siri)

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS de tabela de predição de gordura do autor: A prática da avaliação Física - José Fernandes Filho - Shape (neste livro existem tabelas de comparação que merecem ser pesquisadas)

Cálculos para avaliação da Composição Corporal

Peso Gordo ou Gordura Absoluta= (gordura/100) x Peso do corpo (kg)
Massa Magra= Peso do corpo (kg) - Peso gordo (kg)
%Massa Magra= 100 - gordura
Peso Ideal=massa magra / 0,85 (homens) e massa magra / 0,75 (mulheres)
Peso em Excesso=peso corporal - peso Ideal
Perda Desejável = Peso do corpo atual - Peso desejável
Protocolo de Guedes, para Crianças e Adolescentes (7-18 anos) - 2 Dobras cutâneas: Tríceps, subescapular
Rapazes Brancos= (S= somatória das D.C. Tríceps e Subescapular)
Pré-Púbere=G% = 1,21 (S) - 0,008 (S)² - 1,7
Púbere = G% =1,21 (S) - 0,008 (S)² - 3,4
Pós-Púbere = G% =1,21 (S) - 0,008 (S)² - 5,5

Rapazes Negros= Pré-Púbere=G% = 1,21 (S) - 0,008 (S)² - 3,5
Púbere = G% =1,21 (S) - 0,008 (S)² - 5,2
Pós-Púbere = G% =1,21 (S) - 0,008 (S)² - 6,8
Moças de qualquer raça e nível de maturidade = G% = 1,33 (S) - 0,013 (S)² - 6,8
Obs: Quando o (S) for maior que 35 mm, será utilizada uma única equação para cada sexo, para qualquer raça e nível de maturidade:

Rapazes=G% = 0,783 (S)² +1,6
Moças =G% = 0,546 (S)² +9,7
Protocolo de Faulkner, 1968 - 4 Dobras cutâneas: Tríceps; subescapular; supra-ilíaca e abdome

(OBS: TR = Dobra cutânea do tríceps, SI = D.C. supra-ilíaca , AB=D.C. abdominal, SB=D.C. subescapular
PG (peso gordo em Kg) = G% x Peso Corporal/100
Massa Magra (kg) = Peso Corporal - PG
Peso Ideal (kg)= Massa Magra x Constante [fixado pelo autor em: Nadadores (1,09), Futebolistas (1,12) e demais esportes e mulheres (1,14)]
G% = [ (TR +SI +SB + AB) x 0,153 + 5, 783]
Protocolo de Pollock e col., 1984

5 Dobras cutâneas (DC): Tríceps; coxa; supra-ilíaca; abdome e peitoral (X1=somatória de peitoral, abdome e coxa; X2=somatória de tríceps, supra-ilíaca e coxa, X3= idade em anos )

DC Homens (18- 61anos)= 1,1093800 - 0,0008267(X1) + 0,0000016 (X1)² - 0,0002574 (X3)
DC Mulheres (18-55 anos)= 1,0994921 - 0,0009929(X2) + 0,0000023 (X2)² - 0,0001392 (X3)
G%= [(4,95/Densidade Corporal) - 4,50] x100 (fórmula de Siri)
7 Dobras cutâneas (DC): Subescapular, axilar média, tríceps; coxa; supra-ilíaca; abdome e peitoral (ST= soma de todas)
DC Homens Adultos = 1,11200000 - [0,00043499 (ST) + 0,00000055 (ST)²] - [0,0002882 (idade)]
DC Mulheres Adultas = 1,0970 - [0,00046971 (ST) + 0,00000056 (ST)²] - [0,00012828 (idade)]

DC Mulheres (3 dobras)= 1,0994921 - 0,0009929(X2) + 0,0000023 (X2)² - 0,0001392 (X3) { (X2 = Somatória de dobras de tríceps, supra-ilíaca e coxa) e (X3=idade em anos)}
G%= [(4,95/Densidade Corporal) - 4,50] x100 -------------(fórmula de Siri)
Obs: Padrão de Resultados de Avaliação Física por Idade e Sexo 18-65 anos (segundo Pollock) HOMENS e MULHERES.
Protocolo de Yuhasz

6 Dobras cutâneas (DC): Subescapular, tríceps; coxa; supra-ilíaca; abdome e peitoral (S6=somatória de todas )
G%= (S6) x 0,095 + 3,64
Protocolo de T.G. Lohman,1987 - 2 Dobras cutâneas (DC): Tríceps e Perna

G% Homens= 0,735 (soma das dobras cutâneas) + 1,0
G% Mulheres= 0,735 (soma das dobras cutâneas) +5,1
(Slaughter e col., 1988)
Padrão de Resultados de Avaliação Física por Idade e Sexo
Meninas e Moças (abaixo de 18 anos)
Para crianças não vamos utilizar as dobras do quadro normal. Para este grupo, vamos somar somente as dobras cutâneas de tríceps e perna e comparar na tabela abaixo de acordo com o sexo (Lohman TJ, 1987)
Classificação SOMA DAS DOBRAS % DE GORDURA
Muito Baixo 5-10 7-11
Baixo 15 14
Ideal 20-30 18-25
Moderadamente alto 30-35 29
Alto 40-45 32-38
Muito Alto 50-55 39-43

Meninos e Rapazes (abaixo de 18 anos)
Classificação SOMA DAS DOBRAS % DE GORDURA
Muito Baixo 5 8
Baixo 10 10
Ideal 15-25 13-20
Moderadamente alto 25-30 20-24
Alto 35-40 28-31
Muito Alto 40-55 31-42

Equações para predizer a Gordura Corporal em Crianças e Jovens do Sexo Feminino
Legenda Autor Idade Equação
- PARIZKOVA,1961 9-12 DC= 1,088 - 0,014 (log10 TR)-0,036 (log10 SE)
- PARIZKOVA,1961 13-16 DC=1,114 - 0,31 (log10 TR) - 0,041 (log10 SE)
1 DURNIN & RAHAMAN (1967) 13,2 - 16,4 %G=1,1369 - 0,0598 (X)
2 MUKHERJEE & ROCHE (1984) 6-18 %G=17,19 - 0,74 (idade) + 1,02 (TR) +0,32 (AX)
- BOILEAU (1985) 8-28 %G=1,35 (TR+SE) - 0,012 (TR+SE)² - 2,4
3 SLAUGHTER e col.(1988) 8-18 %G=0,610 (TR+PA) + 5,1 elevado a (b)
3 SLAUGHTER e col.(1988) 8-18 %G=1,33 (TR+SE) - 0,013 (TR+SE)² - 2,5 elevado a (c)
3 SLAUGHTER e col.(1988) 8-18 %G=0,546 (TR+SE) + 9,7elevado a (d)
4 WESTSTRATE & DEURENBERG (1989) 2-10 %G=({562 - 1,1 [ID em anos -2]}/D) - {525 - 1,4[ID em anos - 2]}
4 WESTSTRATE & DEURENBERG (1989) 10-18 %G=({553 - 7,3 [ID em anos -10]}/D) - {514 - 8,0[ID em anos - 10]}
Fonte: Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde - V. 1 - nº 4 - 1996
Legenda:
D= Densidade
1. X=log10 S, BI, TR, SE,SI ; idade média =14,9 anos;
2. Dobras cutâneas mensuradas no lado esquerdo do corpo. Obs: pesagem hidrostática e antropometria;
3. (b)=geral para o sexo feminino;(c)=ou 2,0 para negros e 3,0 pra brancos; (d)=quando a soma das dobras cutâneas TR e SE for maior que 35mm);
4. Para crianças obesas.
Equações para predizer a Gordura Corporal em Crianças e Jovens do Sexo Masculino
Legenda Autor Idade Equação
- PARIZKOVA,1961 9-12 DC= 1,088 - 0,027 (log10 TR)-0,0388 (log10 SE)
- PARIZKOVA,1961 13-16 DC=1,130 - 0,055 (log10 TR) - 0,026 (log10 SE)
1 DURNIN & RAHAMAN (1967) 12,7 - 15,7 %G=1,1533 - 0,0643 (X)
- HASCHKE e col. (1981) 9 %G=(5,376/D-4,968) x100
- LOHMAN e col.(1984a, 1984b) 8 %G=(5,28/D-4,86) x100
- LOHMAN e col.(1984a, 1984b) 9 %G=(5.30/D-4,89) x100
2 MUKHERJEE & ROCHE (1984) 6-18 %G=12,66- 0,85 (idade) + 1,10 (TR) +0,53 (PA)
- BOILEAU (1985) 8-28 %G=1,35 (TR+SE) - 0,012 (TR+SE)² - 4,4
3 SLAUGHTER e col.(1988) 8-18 %G=0,735 (TR+PA) + 1,0 elevado a (b)
3 SLAUGHTER e col.(1988) 8-18 %G=0,783 (TR+SE) +1,6 elevado a (c)
3 SLAUGHTER e col.(1988) 8-18 %G=1,21 (TR+SE) - 0,008 (TR+SE)² - C elevado a (d)
4 WESTSTRATE & DEURENBERG (1989) 0-1,99 %G=({585 - 4,7 [ID em meses]elevado a ½}/D) - {550 - 5,1[ID em meses) elevado a ½]}
4 WESTSTRATE & DEURENBERG (1989) 2-18 %G=({562 - 4,2 [ID em anos -2]}/D) - {525 - 4,7[ID em anos - 2]}
Fonte: Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde - V. 1 - nº 4 - 1996

Legenda:
D= Densidade
1. X=log10 S, BI, TR, SE,SI ; idade média =14,7 anos . r= 0,80.
2. Utiliza a equação de Siri (1961) para cálculo do % G;
3. (b)=geral para o sexo masculino;(c)=quando a soma das dobras cutâneas TR e SE for maior que 35mm; (d)=Constante; Variação do intercept para o sexo masculino de acordo com o estágio de maturação e grupo racial: para negros pré-púberes 3,2; púberes 5,2; pós-púberes e adultos 6,8 e respectivamente para brancos 1,7; 3,4 e 5,5 .
4. DC=S, BI,TR, SE,SI - Para crianças obesas
C=Constantes para sexo e idade
PROTOCOLOS PARA TESTES DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
Percentual de Gordura através de Medidas Antropométricas (circunferências corporais)
Protocolo de Dotson e Davis, 1991 (adaptado por torres 1998)
G% Homens = +[85,20969 . log (AB - Pç)] - [69,73016 . log (estatura em polegadas)] + 37,26673 (r=0,90) (S.E = 3,52%)
{Obs: AB = Circ. abdome e Circ. Pç = pescoço}
G% Mulheres= +[161,27327 . log (AB + GL- Pç)] - [100,81032 . log (estatura em polegadas)] - 69,55016 (r=0,85) (S.E = 3,64%)
{Obs: AB = Circ. abdome; Circ. Pç = pescoço e GL = quadril}

G% Homens ideal=12-20%
G% Mulheres ideal=16-30%

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS de tabela de cálculo do % de gordura do autor: A prática da avaliação Física - José Fernandes Filho - Shape (neste livro existem tabelas de comparação que merecem ser pesquisadas)

Protocolo de Penroe, Nelson e Fisher, 1985 e Coté e Wilmore
Perimetria para Homens= punho e abdome
Perimetria para Mulheres= abdome e glúteos

Homens: Massa Magra (MM)(Kg)= 41,955 + (1,038786 x PC) - ( 0,82816 x [ CA - CP])
%G= [PC - MM x100 / PC]x100
Mulheres:
%G=([0,55 x CG) - ( 0,24 x Est) + (0,28 x CA) - 8,43

{Obs: PC = Peso Corporal(kg); Est= estatura (cm); CA = circ. abdômen(cm); CP=circ. punho(cm) e CG= circ. glúteo(cm)}

Protocolo de Wetman e col., 1988 para pessoas obesas
G% Homens = [0,31457 x (abdome)] - [ 0,10969 x (P) ] + 10,8336
G% Mulheres= [0,11077 x (abdome)]- [ 0,17666 x (A) ] + [0,14354 x (P) + 51,03301
{Obs: P = Peso Corporal; A= estatura; As medidas para abdômen devem ser feitas 2 vezes e tirar a média e em cm}

Fontes:
1)A Prática da Avaliação Física - Dr. José Fernandes Filho, ED. Shape. (neste livro existem tabelas de comparação que merecem ser pesquisadas)
2)Medidas e Avaliação - em ciências do esporte - E. Carnaval - Sprint
3)Fisiologia do Exercício - Energia, Nutrição e Desempenho humano, 1985
4)Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde - V.1 - N.4 - 1996

Referências:

ROCHA, Paulo Eduardo Carnaval Pereira. Avaliação Antropométrica: Pontos Antropométricos. In: ROCHA, Paulo Eduardo Carnaval Pereira. Medidas e Avaliação em Ciências do esporte. 6ª edição. Rio de Janeiro: Sprint, 2004. P. 30-37

COOPERATIVA DO FITNESS. Protocolos para testes de avaliação antropométrica. Disponível em: http://www.cdof.com.br/protocolos1.htm e http://www.cdof.com.br/protocolos2.htm .